terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Lucas Rodrigues (comentário enviado em 30/11/2010)


Sobre o livro, por ser complexo, as boas expectativas dos leitores acabam sendo enganadas, pois a obra inicia-se e finaliza-se de modo diferente. O autor Rodrigo utiliza um recurso que deu estilo à obra, a metalinguagem. No decorrer do texto ele mostra a sua falta de sentimento pela personagem Macabéa, nordestina que veio em busca de melhor situação de vida. De certa forma ele transcorre as emoções sentidas pela personagem tanto pelo personagem Olímpico ou pela Gloria. Eu não gostei do enredo, porém o estilo do autor em narrar a história ficou bem elaborado, além de ser um livro realista, crítico, moralista, antagônico entre as posições vividas e almejadas por Macabéa, onde a vida de muitas pessoas, não só de nordestinos, é exacerbada com uma "secura" e grande vivência, relatando fielmente a pura realidade das nordestinas.
Macabéa se torna alvo de um sentimento que é compartilhado pela escritora e pelo narrador que descobre junto com o leitor aprender a se colocar e também a entender o personagem. A apresentação de Macabéa se dá aos poucos, para que o leitor possa ter tempo para se acostumar com toda a miséria da personagem. E Olímpico de Jesus foi um breve-brevíssimo ou até falso namoro com Macabéa. Ele é operário, metalúrgico, com canino de ouro, e tem uma louca paixão por discursos, sonhando com dinheiro e querendo ser deputado por Paranaíba. Passa como uma luz pela ideia de Macabéa que até ela é alguém, uma datilógrafa com namorado metalúrgico, que pode até se casar, embora ambos tenham problemas de comunicação. Para Olímpico, trocar Macabéa por Glória foi negócio de ocasião: a oxigenada tinha família, comida na mesa, pai açougueiro e, para completar, era loura, oxigenada, mas loura.
Macabéa confessa à colega de trabalho que gostaria de ser Marylin Monroe e é com uma atriz que se parece na última cena da narrativa, quando representa seu único e grande papel, ao ser atropelada por um rico "Mercedes". Antes de morrer, balbucia uma frase: "Quanto ao futuro", pois a cartomante, consultada pouco antes, antecipara-lhe um futuro em que seria amada por um rico e louro estrangeiro. Finalmente teve sua hora de estrela com atenções voltadas somente para ela diante de um carro de luxo.

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